Sandro e o Caminho da Fé

O Caminho da Fé, que sai de Minas Gerais e chega ao vale do Parnaíba, tornou-se um momento de peregrinação por mais de 700km onde se encontra todo tipo de pessoas em busca de paz, de milagre, alguns pagando promessas e outros em busca de algo mais. Pode ser até aventura ou mesmo uma fuga do dia-a-dia. Assim passam dias e anos e a estrada nunca fica vazia. Mesmo com sol, chuva e frio. Gente de todas idades, de todas cores e de diferentes camadas sociais. Ali todos se tornam um e sempre voltam querendo uma próxima oportunidade.

 

 

O Caminho da Fé é um trajeto de peregrinação brasileiro inspirado no Caminho de Santiago de Compostela (Espanha).

Inicialmente feito por alguns peregrinos em direção ao Santuário de Aparecida, em uma rota alternativa a outras, predominantemente pavimentadas, a rota foi oficializada, em 2005. Atualmente há diversos caminhos até Aparecida, com saídas partindo dos municípios de Cravinhos, São Simão, Santa Rosa de Viterbo, São Carlos, Descalvado, Tambaú, Águas da Prata, Franca, Borborema, Guaxupé. O trajeto mais longo tem 742 km saindo de Borborema e o mais curto, partindo de Paraisópolis, tem 134 km.

O Caminho da Fé é uma rota sinalizada por setas amarelas e composto por trechos de estradas de terra, asfalto, trilhas dentro de fazendas e trilhos de trem compondo um percurso de cerca de mais de 700 km, incluindo municípios do estado de São Paulo e também do Estado de Minas Gerais.

O CAMINHO DE SANDRO

Com o crescimento da prática da bicicleta como meio tambem de ciclo viagem, de turismo, o Caminho da Fá passou a ser frequentado por elas. Em grupos, isolados a turma do pedal invadiu também essas paragens e cada um volta com uma história para contar. Foi assim também com o biker divinoplitano Sandro. Ele passou por essa experiência a qual a descreve abaixo:
Refletindo sobre nossa peregrinação, não me sai da cabeça a imagem da nossa chegada ao Santuário. A estrutura, as pessoas vindas de várias partes do Brasil, a Fé, o agradecimento e a esperança. Relembrei cada instante, agora com a cabeça de quem chegou ao seu destino e descrevo, aqui, meus sentimentos:
Começamos com a dificuldade de largar nossas famílias durante todos esses dias e pensamos que isso já era um sacrifício. Muitos que fizeram o mesmo caminho o fizeram para pedir uma família como a nossa, pois não a tem.
Outra vez, achamos que as dificuldades do relevo estão ali dispostas para serem superadas e que a compensação virá em forma de um troféu. Muitos fizeram o mesmo caminho para pedir a cura ou um milagre para ter de volta seus movimentos.
O caminho é longo e árduo para se sentir a dificuldade sua ou a do outro. É um momento para dar ou pedir e compartilhar experiências.
Percebi que muitos voltam a repetir o “Caminho da fé” por duas, três…. até 44 vezes como ouvimos falar, mas por motivos diferentes. Uns aprendem na primeira romaria o sentido da vida com seus relevos, com suas dificuldades e se apoiam na Fé para ajudar os outros. Outros irão voltar mais algumas vezes tentando “zerar” os obstáculos e diminuir o tempo da chegada e continuarão com o coração vazio.
Deus nos abençoe e encha nossos corações com paz, Bem e humanidade. Obrigado por tudo!

MARINHEIRO DE PRIMEIRA VIAGEM

Sendo sua primeira viagem pelo Caminho da Fé, Sandro não sabia o que viria pela frente. Antigamente, pelos anos 2000, com os Loucos pela Natureza, estreou nas ciclos viagens e aventura. Como calouro teve alguns perenques, mas finalizou com alegria os quase 300km de Divinópolis a Serra da Canastra na cidade de São Roque, Minas Gerais em dois dias de pedal. Nada comparável com o Caminho da Fé, cujo percurso é o dobro, a viagem mais longa e altitude bem mais. Pelo Caminho da Fé Sandro usou o mesmo equipamento e a mesma bike de seus treinos diários. Só que lá o buraco é mais em baixo. Subidas e mais subidas, longas e desafiadoras. Sandro sofreu por usar uma coroa 32 e depois com os freios travados, mas nada lhe tirou o humor, pois sabia o que estava fazendo e a graça que queria. Disse que da próxima vez vai usar em sua bike uma coroa 30 ou menor para nao ter que sofrer tanto. Só não sabia Sandro que o Caminho da Fé é também de penitência e calvário para depois alcançar a glória e a benção eternas

FOTOS: Album de Sandro